domingo, 15 de março de 2009

“Sim, Senhor” e o poder da comédia despretensiosa

“Sim é o novo não”. Com essa frase, os seguidores de um guru de auto-ajuda pretendem mudar suas próprias vidas. “Sim, Senhor”, que está em cartaz nos cinemas, e que tem como protagonista Jim Carrey, segue a tendência mundial proposta pelos livros de auto-ajuda: a atitude positiva.

Dizer sim indiscriminadamente é o desafio ao qual se propõe o amargurado Carl Allen, depois de recusar todas as oportunidades que surgem em seu caminho. Ele podia simplesmente ter lido “O Segredo” e ter mudado de vida – como fez Oprah Winfrey; podia ter assistido a “Guerra dos Mundos” e ter pensado que o apocalipse estava próximo. Preferiu ir a contragosto à uma reunião e fazer o que todo mundo termina fazendo em meio mundo de lugar por aí: esperar por uma solução simples (pelo menos à primeira vista, obviamente): dizer sim.

O filme não tem nenhum exagero de atuação: nada, nada, nada demais. A graça está na esperança que eu tenho em Jim Carrey (que só me conquistou depois de “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”) e na possibilidade que os filmes mais abobados têm de fazer pensar em alguma coisa. Mesmo que essa coisa seja bastante óbvia como dizer sim ao que a vida traz.