Aqui, o mote principal é a vida do menino Fanis e sua relação de amizade com seu avô, que o ensinou sobre os segredos da boa mesa. A vida de Fanis muda depois de ser deportado para a Grécia com seus pais, e inicia, durante vários anos, uma jornada de volta à Turquia, que promete algumas dores no caminho. A graça é que voltar a si mesmo – nisso o filme não mente – sempre carrega um pouco de abandono em nome do aprendizado.
E há o amor. Por ele, o filme pára um pouco e mostra, em vez de barulhentos jantares com toda a família de Fanis em volta da mesa, uma dança, um pedido, um prato feito com amor. E uma recordação que se deixa para sempre, inabalável até mesmo pelo tempo e pela distância.
“O tempero da vida” termina por fazer alguns carinhos no espectador, seja com tomadas belas ou com a delicada trilha sonora, que se faz perceptível sem que invada ou atrapalhe as cenas. O elenco é bom e seus personagens parecem algum lugar já conhecido, quase como se fosse fácil demais se afeiçoar por cada um deles. O filme aparece dividido em três partes: os antepastos, o prato principal e as sobremesas, contando, assim, a história em início, meio e fim. E o mais curioso de tudo é que não há propriamente um fim, mas um tempero diferente emprestado à mesma vida.

Um comentário:
Só faltou no filme nhoque com molho de tomate seco. Hmmmmmm.
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