quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

O homem que desafiou o diabo, mas não a vontade

Confesso que é mais vontade de escrever do que indicar um filme verdadeiramente bom. Confissão feita, posso prosseguir. Nunca gostei muito desses filmes ou livros regionalistas. Sou avessa às histórias do sertão – nunca soube direito por que – e só mesmo José Lins do Rego foi capaz de me fazer abrir uma exceção.

Tá. O filme conta a história de José Araújo, louco por mulher e que se mete em qualquer confusão e sai dela sempre ileso, exceto quando se bate com o diabo. É quando ele enfim conhece a dor da perda, mas nem o diabo é capaz de abatê-lo: levanta, dá um jeito e pronto, vai seguir seu caminho.

O filme é um daqueles investimentos para fazer as pessoas darem risada sem pensar muito sobre as coisas. Nesse sentido, funciona e muito: você ri. Para mim que gosto de procurar significados ocultos em tudo, o filme termina com uma constatação no mínimo interessante: é quando José Araújo (ou Ojuara, como ele vira mais tarde) decide prosseguir. Porque não tem prisão para quem tem o espírito livre e a alma perdida. A história do filme, então, é a de um homem capaz até de desafiar o diabo, mas não sua vontade. E eu ainda não sei se isso é bom ou ruim.

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