terça-feira, 7 de agosto de 2007

"Hedwig and the angry inch" e eu...eu acho.

Não, não chega a ter nenhum “Play it again, Sam”. Mas é quase isso, com uma Ilsa Lund que muda de sexo, um Rick Blaine mais absurdo que o de Casablanca. E com uma trilha sonora bem mais legal do que “As time goes by” (que eu também amo, que fique aqui registrado). Mas que parece, parece, guardadas, é claro, as devidas proporções. E eu ia falar antes, mas deixei pra agora: pensem num filme que se parece com “Noites de Cabíria”.

Há quem ache que rock ´n ´ roll combina com sexo e drogas. Eu diria diferente: o rock é a cara do coração partido. Desculpa, gente. Eu sei que é desmistificar demais, mas é por aí. Sabe o Macunaíma do amor? É Hedwig. Homem, tenta mudar de sexo para ir para o outro lado da Alemanha na época do Muro de Berlim. É o herói todo errado que ama, que nem Cabíria, mas bem melhor e mais contemporâneo: tem uma banda de rock e cura as amarguras fazendo show em beira de estrada ou em bares com cara de inferninho. Nada mal, quem já ouviu Teenage Idol, de Rick Nelson, sabe como deve ser: I get no rest when I´m feeling weary/ I got to pack my bags and go/ I got to be somewhere tomorrow / To smile and do my show. Ou seja: tem coisa que a gente cura cantando, ou, mais simples ainda, vivendo.

Também não foi fácil achar o filme (mas como tudo que é difícil, valeu a pena). Se achar, escolha a melhor tarde do mês (e se não for a melhor até então, será, depois do filme ter acabado), sente no lado mais confortável do sofá e espere. Veja e ouça The Origin of Love, que Hedwig, a deusa loira, canta. Jogue os preconceitos pra bem longe e assista um dos filmes de amor mais bonitos de todos os tempos. E se prepare pra nunca mais amar do mesmo jeito.


Last time I saw you
We had just split in two.
You were looking at me.
I was looking at you.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deu vontade de assistir. É bom ver uma história com sentimento diferente, algo que fuja dos padrões hollywoodianos. Não sei se já te falei, mas um dos meus filmes é Solaris, que é totalmente anti-hollywoodiano.

Beijão e boa festa!