Eu sei o título certo, antes que me corrijam: é “Noel – poeta da vila”. Eu sabia que o filme ia ser bonito (ou ao menos, esperava). Mas o que eu queria mesmo desde o início era uma canção só. Uma. Podia faltar tudo, menos “Um gago apaixonado”. Porque a gente não vai ao cinema só para analisar se o filme é bom ou não, mas também para se encontrar. E eu queria aquela música, só ela. E tive. Então não posso achar ruim.
Há quem vá dizer que achou a história de amor clichê, a la “A dama das camélias”. Eu adorei. Mesmo porque romance tem que ser assim mesmo, com protagonista, antagonista, aquela coisa toda, senão perde a graça. Achei tudo muito charmoso. A fotografia, os planos-detalhe, o roteiro (que tem participação de Jean Claude Bernardet...como não gostar?), a trilha.
Tem uma outra coisa que ando reparando cada vez mais nos filmes: uma frase inteira que resume tudo. E então, em “Noel – poeta da vila”, ela sai da boca de um de seus amigos. É algo assim: “É nisso que dá, não ser malandro o suficiente e se meter na arte marcial da bigamia. Esse daí tem que fazer um estágio de seis meses no morro”. O Noel do filme pulou a parte do estágio e foi lá, na arte marcial da bigamia, amar uma e viver com a outra, porque paixão quase nunca anda perto do juízo.
Um comentário:
Versão feminina de Noel... Vi esses dias em algum lugar nenhum da internet... "A mulher que andou na linha o trem matou..." Bigamia de fato é uma arte, exige reflexões profundas, apesar de só ser institucionalizadas em fundamentalismos arcaicos... E viva a contradição!
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