quinta-feira, 20 de setembro de 2007

As memórias sentimentais...as de João Miramar


Oswald de Andrade eu sempre vi como um daqueles caras talentosos e incompreendidos dos quais, apesar dessas duas ótimas razões para gostar, eu nunca gostei. Tinha lido “Pau Brasil” e ainda lembro do livro com alguma impaciência: é bom pelo impacto que causa. Mas é isso.

Numa livraria em que não tinha nada melhor para comprar, peguei “Memórias sentimentais de João Miramar” e comprei. É uma boa prova de que impulsos consumistas valem a pena: o livro é muito bom. Todo o livro em capítulos mínimos, alguns ousados com uma frase só, como o intitulado “Natal”, que se resume a “Minha sogra ficou avó”. Mas tudo de uma doçura e uma seriedade minimalista que me fez desejar que o livro demorasse mais. E quando acabou, confesso que fiquei querendo mais Oswald em minha vida.

São memórias. E esses dias, ouvi um cara falando na rádio que a gente é memória. Nisso, ao que parece, eu, o homem da voz e Oswald concordamos, do início ao fim do livro: desde a infância até a hora em que a vida da gente passa a ser o que a gente já viveu.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei passar por aqui.
Salvou minha noite... vou sonhar diferente,rs
beijo

Anônimo disse...

Prezada Mariana,
Você conhece Miramar, do Julio Bressane?
Se você gostou do livro do Oswald, talvez aprecie o cinema rigoroso de Bressane.