sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Noites de Cabíria e o timing certinho

“Noites de Cabíria”, de Fellini, é um filme lindo. Mas não é pra ser visto a qualquer momento, sob pena de se perder o essencial: a reação que ele causa quando assistimos no timing certo. O fato é que eu já tinha o DVD dele há algum tempo. Deixei um tempo – sempre é bom ter filmes que a gente nunca viu para tardes de chuva – e, numa dessas, peguei pra assistir. Começou. Eu não esperava aquilo. Cabíria é uma prostituta de baixo escalão que, depois de juntar suas economias, é roubada pelo “namorado”. Tá. Aí ela conhece um famosão e fica vendo ele em cenas de amor com a ex-namorada, enquanto, trancada no banheiro, morre de inveja. Ou seja: Cabíria, prostituta, toda errada, quer o que todo mundo quer. Sonha com o mesmo amor de todo mundo.

Permitam só dessa vez, vou contar que o final não é feliz, talvez porque Fellini tenha trabalhado com verossimilhança, e as histórias de amor nem sempre terminam bem. De vez em quando, chove. Daí, em meio a um carnaval de gente passando, numa daquelas cenas que a gente conhece muito bem, quando o chão falta, acaba o filme. A mistura da maquiagem com lágrimas e Cabíria continua andando pelo meio das pessoas felizes, porque simplesmente não dá pra abraçar o mundo. E se chove antes e depois da janela, faz ainda mais sentido.

Um comentário:

Unknown disse...

Amiga,
como sempre...vc arrasando nos seus textos!!!
Adorei!!! Só não gostei de vc assistir o filme sem ter me chamado!
;)
Te amo pessoa!!
Bjoooooooo