Filmes sobre comida sempre me fascinam. Gosto de um jeito especial de livros de receitas: acho lindos, coloridos, e cheios de esperança. Outro dia – já faz algum tempo, entretanto -, me encantei com o livro “O pedante na cozinha”, de Julian Barnes (aquele fascinante de “O papagaio de Flaubert”). Ele queria porque queria que as receitas fossem mais específicas. Eu também.
E aí que encontro “Julie & Julia” (2009), de Nora Ephron, para assistir. E fico achando incrível a forma através da qual pode emanar arte da cozinha. O filme, embora não tenha nenhuma pretensão nem arroubo de ser alguma novidade em termos de linguagem cinematográfica – e sinceramente, poucos conseguem mesmo hoje em dia -, é muito fofo.
Amy Adams e Meryl Streep, respectivamente Julie e Julia, estão insatisfeitas com suas vidas, embora a primeira viva nos dias atuais enquanto a segunda, na década de 1940. O filme é lindamente colorido: a fotografia bonita das cozinhas até lembra as dos filmes “O tempero da vida” e “Sem reservas”, ambos comentados por aqui. E então Julie vai preparando as 524 receitas do livro de Julia, enquanto um ano inteiro se passa. As histórias correm em paralelo e não se encontram no final, e talvez a graça seja justamente essa: transcender tudo, até mesmo os convencionais finais felizes que a gente sempre espera, para tentar o novo e dar um basta na monotonia da vida.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
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2 comentários:
Quis assistir, apenas, pela presença de Meryl Streep... Sim ela como sempre maravilhosa, mas o filme tb me encantou! A arte de cozinhar, que como todas as artes sou apenas espectadora! rsrs
Excelente texto, amiga!
Simples, mas deveras encantador.
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