Dalton Trevisan é um daqueles caras que parecem ter sempre
Os dois que li antes eram bons, muito bons. Mas esse é 100%. Com a maior sutileza do mundo, Trevisan diz o que tem a dizer. Fala de bêbados, prostitutas declaradas, cornos, velhas loucas por sexo. Mas tudo devagar, deixando ao leitor a parte mais divertida e instigante: a conclusão. É preciso chegar ao final para desvendar toda a história, para descobrir com certeza quem são os personagens e que situações vivem. E nada de previsível: às vezes acontecem coisas, outras, não. Afinal de contas, são pessoas que vagam pelas ruas e com quem esbarramos vez por outra. Lembro de um poema de Martha Medeiros que diz algo como “bêbados, junkies, punks, o mundo tem sido injusto com vocês”. Para os fãs desses, “Continhos galantes” é a justiça.
* É difícil escolher um conto dos 14 do livro. Pela delicadeza e pelo clímax, acho que “A guardiã da mãe” é perfeito.
3 comentários:
Mariana Rockstar,
Quatro coisas...
[1] Tô com uma puta saudade de você!
[2] Depois que eu vim morar em Curitiba, aprendi que o Dalton Trevisan pode até ser "urbanão", o que quer que isso signifique (e aqui em Curitiba, "urbanão" não é algo de fácil definição), mas é um ermitão sozinhão, que com certeza observa tudo atentamente pra depois transformar em ficção, mas não é de um prédio alto não, é de uma casa velha no centro, um sobradão velho quase que "rural", bem no centrão de Curitiba. E todo dia ele almoça no mesmo restaurante vegetariano, também no centro da cidade. Fora essa caminhada diária, ele fica enfurnado no sobradão dele o tempo todo. Pra falar a verdade, eu nunca li Trevisan. Não conte pra ninguém, por favor, senão os curitibocas me deportam. Mas, com certeza, isso é uma das muitas dívidas que eu tenho com a literatura, e que ainda hei de quitar.
[3] Estarei em Salvador entre os dias 7 e 28 de janeiro de 2008. Será que dessa vez eu vou conseguir te ver? Das outras vezes que eu fui aí, não consegui. Você e a sua irmã somem. Tudo bem que são rockstars, mas eu sou o presidente do fã-clube, né?
[4] Beijo de fã.
Max
dalton é de uma precisão arrebatadora. gosto do texto enxuto e abissal dele.
dos seus tb.
ester, a tia
o que importa em Daltro talvez seja não o que ele escreve, mas sim o que ele deixa de escrever.
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